A nossa primeira entrevistada do blog é a Dona Regina Celi - Supervisora de venda- moradora da Rua Doutor Rodrigues de Santana desde que nasceu. Hoje com seus 54 anos de vida tem muito a contar sobre o bairro de Benfica.
Regina conta que desde criança brincava muito na rua, até de madrugada, pois era muito mais tranquilo, não havia assaltos. É nesse tom de boas lembranças que Regina nos conta:
-Brincávamos de polícia ladrão, pique esconde, queimado, era muito bom. É claro que muita coisa mudou, o bairro era repleto de fábricas que com o passar dos anos foram fechando suas portas. Lembro-me da antiga Fábrica de Sabão Platino, esse prédio enorme com muro vermelho, que vai da Rua Rodrigues Santana, rua onde moro até à Rua General Gustavo Cordeiro de Farias. O prédio é enorme. Quando eu era adolescente, a caldeira de sabão explodiu, foi sabão pra tudo quanto é lado; muitas vidraças quebraram. Imaginem uma caldeira de sabão explodindo, as ruas ficaram ensaboadas.
Na General Gustavo Cordeiro de Farias existia uma fábrica de velas. Onde é hoje uma lavanderia existia a Fábrica de Bolsas Poquet. No final da Rua Senador Bernardo Monteiro, próximo ao Hospital Barata Ribeiro existia a Fábrica de Macarrão Nuva.
Naquele viaduto do SENAI, eu era muito pequena, meu pai com certeza lembra que o bonde passava por ali e percorria toda a extensão da Rua Prefeito Olímpio de Melo. Não sei dizer pra onde ele ia, mas meu pai lembra.
É Regina, lembro-me bem de minha infância em sua casa, na casa dos padrinhoso Yedda e Geraldo, na D. Ema. Como brincávamos. Lembro que quando estávamos chegando no Rio, bem próximo a Benfica, quando sentíamos o cheiro do sabão já ficávamos felizes, sabendo que estava próximo. São recordações que ficam, vivências que marcaram e eternizaram.. Lembro também da pracinha, onde ficávamos, era o "point" em frente a D.Ema. Como era bom ficar na rua, tinham os vizinhos, todos ótimos, lembro-me deles até hoje, me bateu agora uma sensação muito boa do que vivemos juntos aí em BEM-FICA !! Beijo
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